segunda-feira, 18 de junho de 2018

Bebida alcoólica e sistema nervoso

Bebida alcoólica  saudável?  Tóxico potente para os nervos
A historia das bebidas fermentadas remonta quase a historia da vida humana em sociedades. As Sacaromices são utilizadas para a fermentação de cerveja, vinho, cada especie de acordo com a bebida desejada. Todo os açúcares são  consumidos neste processo, resultando na formação  de álcool  com varias "octanagens" (se estivessemos falando de combustível). A história é tão interessante que em priscas eras, na Holanda, a cerveja era utilizada como substituto da água pessima que banhava os seus pântanos.
O mundo caminhou e com ele seguiu o consumo de bebidas alcoólicas com objetivo recreacional.  Junto com este hábito,  gradualmente foi introduzida na alimentação o sal, o açúcar e, finalmente as comidas processadas, com quantidades colossais de gordura e açúcares.   Esta mudança de estilo de vida tem aumentado as doenças relacionadas ao mal funcionamento do metabolismo - as doencas metabolicas.  Sabe o que isto significa? O nosso figado, desenvolvido para trabalhar com legumes , verduras e frutas e, eventualmente um pouco de proteina animal, foi atacado diariamente por substâncias toxicas, que vão  de medicamentos à bebida alcoólica. O álcool é sem dúvida um potente tóxico,  e associados aos demais inflama o sistema nervoso, piora a síndrome metabólica e leva a qualidade de vida ao seu nivel mais baixo. #termoimagem #termografia #diabetestipo2 #diabetesproblems #alcoolismo #alimentacaosaudavel #dorpersistente #neuropatia

quinta-feira, 31 de maio de 2018

Temorregulação nos humanos

A temorregulação fisiológica nos humanos tem um papel fundamental tanto na dissipação do calor ( com vasodilatação cutânea e sudorese), quanto na geração de calor (através do tremor) em resposta aos estímulos internos e externos.
O controle da termorregulação é realizado no hipotálamo, na área chamada de pré-optica. Esta área do cérebro recebe informações tanto dos órgãos internos, quanto da pele e, coordena a resposta eferente.
Este trabalho similar a um termostato é tão perfeito que podemos ver através da termografia a simetria da variação de temperatura das mãos com sua distribuição característica em "casca de cebola" onde as pontas dos dedos são mais frias e a medida que avança em direção ao punho, se torna ligeiramente mais quente. O registro do fenômeno é possível com uma temperatura ambiente neutra (cerca de 23 oC). Temperaturas mais quentes ou mais frias promovem reações fisiológicas.
Assim, o fluxo sanguíneo na pele em repouso é aproximadamente 250 mL/min, com uma dissipação de calor entre 80 a 90 kcal/h, que corresponde à produção de calor em repouso.
Durante o exercício ou exposição ao calor, a temperatura na pele aumenta e desencadeia-se o fenômeno da sudorese. Esta reação pode ser modificada também durante o ciclo circadiano e sob influências hormonais.
As fibras nervosas finas são as principais responsáveis pelo controle dos sistemas vasodilatadores e vasoconstrictores, o que altera a temperatura da pele no local afetado, principalmente nos primeiros 10 minutos. Todo o mecanismo de termorregulação é bem complexo, contudo o registro do nosso mapa corporal de termorregulação traz pistas para a investigação de diversas patologias que afetam este controle, como a obesidade, a sindrome metabolica, o diabetes mellitus e, condições que levam à dor persistente. 
Fonte: Charkoudian N. Mayo Clin Proc 2003;78: 603-612

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Obesidade e neuroinflamação

A obesidade tem sido associada com o diabetes tipo 2 e doença cardiovascular.  Esta situação é associada ao aumento de mediadores inflamatorios circulantes, citoquinas, e alguns outros relacionados  com o desenvolvimento da chamada sindrome metabólica. Assim como a inflamação atinge os órgãos perifericos, postula-se que também acometa o sistema nervoso central, relacionando-se com sintomas similares a ansiedade ou depressão e, ainda, agravando quadros psiquiátricos pré-existentes.
As alterações de humor e cognitivas que ocorrem nos obesos podem refletir as consequencias neurologicas de eventos moleculares e celulares. Estudos indicam mediadores imunes na fisiopatologia de vários distúrbios somáticos que podem alterar as funções cerebrais, assim como afetam os tecidos periféricos. O papel crítico da inflamação no cérebro normal ou anormal pode esclarecer o seu papel na etiologia, progressão e até o tratamento dos sintomas neuropsiquiátricos associados às condições inflamatórias graves, incluindo a obesidade.
A obesidade crônica é caracterizada por hipertensão, doença arterial coronariana, dislipidemia, alteração da tolerância à glicose ligada à hiperinsulinemia e à resistência à insulina, chamados coletivamente de síndrome metabólica. Esta síndrome vem sendo relacionada à distúrbios neurologicos, como os distúrbios neuropsiquiátricos - depressão, ansiedade, alterações cognitivas - derrame, e doença de Alzheimer. Estas condições reduzem a qualidade de vida destas pessoas, aumenta as taxas de morbidade e mortalidade e os custos de saúde em todo o mundo.
Estudos em animais, particularmente com dieta hiperlipídica em ratos, demonstraram um aumento da expressão de marcadores inflamatórios (IL 1, IL 6, COX2 ) induzidos por um potente imunogênico, neste caso, lipopolissacarídeo. Outros estudos com o mesmo modelo de dieta mostrou exacerbação de citoquinas cerebrais (IL1, TNF-alfa), principalmente no hipocampo, que se associa-se à dificuldades cognitivas e de aprendizado. Além disto, registra-se dificuldades na reatividade emocional, memoria espacial, comportamentos ansiosos, depressivos. Os resultados de pesquisas sugerem o papel da inflamação sistêmica e/ou do eixo hipotálamo-pituitário-adrenal mediando alterações emocionais associadas à obesidade/sindrome metabolica. A obesidades em conjunção com fatores ambientais podem amplificar as disfunções do sistema nervoso central e/ou ter consequências nefastas no humor e cognição.  Este quadro psicológico leva a deterioração de comportamentos saudáveis e uma pobre adesão aos tratamentos propostos. 
A inflamação causada pela obesidade leva a elevação das citoquinas inflamatórias, o acúmulo de leucócitos no tecido adiposo e em outros órgãos, a ativação de macrófagos no fígado e tecido adiposo e ativação de mecanismos proinflamatórios em múltiplos órgãos, inclusive alteração da microbiota do intestino devido à inflamação decorrente da dieta rica em gordura.
Todo este contexto, também contribui para o surgimento ou agravamento das dores crônicas. 

Alimentação saudável é um aliado para o nosso cérebro.

Fonte: Castanon N et al. Neuroinflamation: New insights into beneficial and detrimental functions, 2015